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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

ONU contabiliza 57 milhões de homens a mais do que mulheres no mundo

Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) lançado nesta quarta-feira (20), em Nova York, revela que a população mundial triplicou, entre 1950 e 2010, chegando a quase 7 bilhões de pessoas. Neste total, há aproximadamente 57 milhões de homens a mais do que mulheres em todo o mundo.
O documento, que contém estatísticas e tendências sobre as mulheres no mundo, demostra que o predomínio do número de homens sobre as mulheres é evidenciado em países mais populosos como a China, onde a proporção de homens é de 108 para cada 100 mulheres, e na Índia, onde são 107 homens para cada 100 mulheres.
Já na Europa a situação é inversa, lá existem mais mulheres que homens. No Leste Europeu são 88 homens para cada 100 mulheres e em outras partes da Europa o índice chega a 96 homens para cada 100 mulheres. Na América do Sul são 98 homens para cada 100 mulheres.
O relatório da ONU apresenta informações sobre o progresso alcançado pelas mulheres na escolarização, saúde, participação econômica e desigualdade de gênero. O documento foi dividido em oito áreas: população, família, saúde, educação, trabalho, poder e tomada de decisões, violência contra as mulheres, meio ambiente e pobreza.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O Direito de Decidir sobre o Nascituro

A quem cabe o direito de decidir? A Comissão Tripartite apresentou suas conclusões sobre a despenalização do aborto propondo o Projeto de Lei 1135/91 que estabelece no artigo 1º o 'direito' da mulher de recorrer ao aborto, com toda liberdade, durante os três primeiros meses de sua gravidez.
O debate sobre o aborto tem se estendido na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos deputados Federais em Brasília. A votação estava marcada para o 19 de outubro no Congresso Nacional e ainda não se realizou. Multiplicam-se, nestes últimos dias as mensagens aos deputados solicitando em nome da 'Campanha em defesa da vida' que votem contra o projeto da Lei que liberaliza o aborto.
São conhecidos os argumentos a favor da vida e contra a interrupção voluntária da gravidez Acaba também de circular pelo país uma série de considerações por parte da Organização não Governamental "Católicas pelo poder de decidir", que não correspondem, no entanto, à doutrina da Igreja Católica. Nesta publicação apresenta-se uma 'visão' teológica, católica e 'feminista'. Com todo respeito, reconheço , o direito do grupo manifestar as próprias argumentações . Permito-me, no entanto, notar que todos conhecemos a posição católica que é clara e constante em favor da vida nascente, com firme rejeição do aborto provocado. Em discordância e numa outra perspectiva, a representante da ONG escreve suas reflexões, procurando que sejam compreendidas as mulheres que decidem interromper a gravidez. Apresentam três argumentos.
O primeiro refere-se à liberdade de decidir de acordo com a própria consciência. Quem assim julgasse deve ter presente que a pessoa humana não possui; autonomia absoluta em relação ao exercício da liberdade. A consciência deve ser reta e portanto, normada pelo bem objetivo. A autonomia plena levaria ao absurdo de decidir sem se orientar pelo bem objetivo, mas unicamente pela própria decisão que poderá ser arbitrária e totalitária.
O segundo argumento alegado em favor da livre escolha da interrupção abortiva baseia-se no princípio do probabilismo, que em caso de dúvida sobre o que fazer aceita a liberdade de opção ('Ubi dubiun ibi libertas'). O princípio não se aplica pois se trata de uma dúvida superável e ninguém pode agir com risco de cometer um homicídio.
Terceiro motivo aduzido é o direito das pessoas tomarem decisões com responsabilidade e elaborar seus projetos pessoais, mas há limites na aplicação deste direito; pois a decisão pessoal não pode ir contra a justiça, eliminando a vida do nascituro inocente e indefeso.
É importante que as futuras mães, diante de Deus, reconheçam os direitos e deveres que possuem, todo apreço que de nós merecem, e por outro lado saibam assumir com carinho, sacrifício e generosidade a vida que Deus lhes confia.
A sociedade que se fecha no individualismo fará leis egoístas e nunca compreenderá a beleza e a dignidade da vida.
Para acolher o nascituro, temos que aprender a amar.
 
Dom Luciano Mendes de Almeida, sj



Dia Nacional do Nascituro

Porque a Semana Nacional da Vida e Dia do Nascituro
A Semana da Vida é uma ocasião especial para colocar em evidência o valor e a beleza desse Dom precioso que de Deus recebemos. De modo especial para salientar o valor sagrado da vida humana e da sua dignidade, sem nos esquecermos de todas as demais dimensões que esta abrange. Diante de tantas ameaças que atualmente a vida vem sofrendo é nossa missão reafirmar sua importância inestimável. Ela é o fundamento sobre o qual se apoiam todos os demais valores.

Mas quem é o Nascituro?
É aquele ser humano que está no ventre materno antes que a Mãe lhe dê à luz. Este possui o direito de ser respeitado na sua integridade. Tem dignidade como a de qualquer pessoa já nascida.

Por que o tema: “Vida, Ecologia Humana e Meio Ambiente”?
A carta encíclica do Papa João Paulo II, Centesimus Annus, nos números 38 e 39, traz uma proposta que foi um pouco esquecida. O Papa fala da necessidade de uma ecologia humana. Nós demoramos 200 anos para entender que não é possível utilizar todo o poder técnico de que dispomos para depredar a natureza, porque a natureza tem a sua própria finalidade, que deve ser respeitada. Respeitar as águas dos rios, as florestas, as espécies animais, o ar, é fundamental. Do mesmo modo, nós devemos entender que é necessário respeitar limites quando se trata da existência humana. A ecologia humana significa uma atenção para preservar a dignidade. Para preservar especificamente o humano do homem. Para que o homem não vire um animal, onde se devora um ao outro.
Bento XVI na Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2007, recordou que “a destruição do meio ambiente, um uso impróprio ou egoísta do mesmo e a apropriação violenta dos recursos da terra... são fruto de um conceito desumano de desenvolvimento. Com efeito, um desenvolvimento que se limitasse ao aspecto técnico-econômico, esquecendo a dimensão moral-religiosa, não seria um desenvolvimento humano integral e terminaria, ao ser unilateral, por incentivar as capacidades destruidoras do homem" (n. 9).
Ao enfrentar os desafios apresentados pela tutela do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, somos chamados a promover e a "salvaguardar as condições morais para uma autêntica “ecologia humana” (Centesimus annus, 38). Isto, por sua vez, exige um relacionamento responsável não somente com a criação, mas inclusive com o nosso próximo, de perto e de longe, no espaço e no tempo, mas também com o Criador.

Por que motivo a vida é um bem?
No homem, criado à imagem e semelhança de Deus, reflete-se, em cada fase da sua existência, “o rosto do seu Filho Unigênito... Este amor ilimitado e quase incompreensível de Deus pelo homem revela até que ponto a pessoa humana seja digna de ser amada por si mesma, independentemente de qualquer outra consideração: inteligência, beleza, saúde, juventude, integridade, etc. Numa palavra, a vida humana é sempre um bem, porque “ela é, no mundo, manifestação de Deus, sinal da sua presença, vestígio da sua glória” (cf. Evangelium vitae, 34; Dignitas Personae, 8).

A vida ameaçada pelas forças do mal (Ap 12,4)
João Paulo II, profeta da vida, escreveu na Carta às Famílias, que nos encontramos defronte a uma enorme ameaça contra a vida: não apenas dos simples indivíduos, mas também de toda a civilização. A afirmação de que esta civilização se tornou, sob alguns aspectos, “civilização da morte”, recebe assim uma inquietante confirmação. E não será porventura um evento profético o fato de o nascimento de Cristo ter sido acompanhado do perigo para a sua existência? Sim, também a vida d'Aquele que é ao mesmo tempo filho do homem e filho de Deus, esteve ameaçada, esteve em perigo desde o início, e só por milagre evitou a morte.
Nos últimos decênios, todavia, notam-se alguns sintomas reconfortantes de um despertar das consciências: isto verifica-se tanto no mundo do pensamento como na própria opinião pública. Especialmente nos jovens, cresce uma nova consciência do respeito pela vida desde a concepção até o seu declínio natural; difundem-se as comissões de bioética e de defesa da vida, os movimentos pró-vida (pro life). É um fermento de esperança para o futuro da família e da inteira humanidade (cf. n. 21). “É urgente uma grande oração pela vida, que atravesse o mundo inteiro” (Evangelium Vitae, 100)
Durante a "Semana Nacional da vida" acontecerão nas diversas dioceses e comunidades do Brasil várias iniciativas em favor da vida, organizadas por paróquias, associações e grupos de trabalho da Igreja Católica, mas também de outras confissões cristãs ou não cristãs, pois, “o Evangelho da vida não é exclusivamente para os crentes: destina-se a todos” (EV 101).

Evangelho do dia

Evangelho (Lucas 11,15-26)
Naquele tempo, Jesus estava expulsando um demônio. 15Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. 16Outros, para tentar Jesus, pediram-lhe um sinal do céu. 17Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. 18Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os de­mônios. 19Se é por meio de Bel­zebu que eu expulso demô­nios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. 21Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23Quem não está comigo está contra mim. E quem não recolhe comigo dispersa. 24Quando o espírito mau sai de um homem, fica vagando em lugares desertos, à procura de repouso; não o encontrando, ele diz: ‘Vou voltar para minha casa de onde saí’. 25Quando ele chega encontra a casa varrida e arrumada. 26Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. E, entrando, instalam-se aí. No fim, esse homem fica em condição pior do que antes”.
Palavra da Salvação.

Reflexão:
Se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus.
Para compreender a vida de Jesus, não podemos esquecer o significado dos conflitos para ele, dado que ditas situações limites de sua missão revelam o sentido genuíno de seu projeto. O evangelista Lucas nos apresenta o confronto entre algumas autoridades do Templo e Jesus. A discussão não consiste em saber se Jesus fez ou não exorcismos. O que se questiona é a raiz do poder de Jesus e de seus discípulos para fazer o que fazem.
A novidade das ações de Jesus está, não em quem poderia ou não exorcizar, mas em que sua práxis está fundamentada no Deus que libertou seu povo da opressão da escravidão e que esse desígnio é continuado por ele com suas ações libertadoras. Portanto, o verdadeiro discípulo é aquele que, no seguimento radical do Mestre, sua causa e destino, toma consciência de não cair nas lógicas do mal, da injustiça e da desumanização. A vitória de Deus sobre o maligno, mediante a vida de Jesus, não nos tira a responsabilidade em responder à proclamação do reino de Deus. É necessário tomar uma decisão a favor ou contra Jesus, sem ambigüidades.